28 de abril de 2024
POLÍCIA

Polícia mira pastores que prometiam lucro de R$ 1 octilhão para ‘abençoados’

Grupo criminoso reúne dezenas de pastores e lesou mais de 50 mil pessoas no Brasil e no exterior. Vítimas eram captadas em templos evangélicos. Por exemplo, os estelionatários afirmavam que um depósito de apenas R$ 25 poderia resultar em um retorno de R$ 1 octilhão (1 seguido de 27 zeros: R$ 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (20), uma operação contra um grupo de religiosos evangélicos acusados de aplicar golpes financeiros em mais de 50 mil vítimas no Brasil e no exterior.

Na mira da Operação ‘Falso Profeta’ estão pastores que movimentaram R$ 156 milhões em 5 anos, além de criar 40 empresas fantasmas e ter mais de 800 contas bancárias suspeitas.

A Justiça de Brasília emitiu dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão para serem cumpridos no DF e quatro estados — Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Também são cumpridas medidas cautelares de bloqueio de valores, bloqueio de redes sociais e decisão judicial de proibição de utilização de redes sociais e mídias digitais.

No entanto, os dois procurados, pastores evangélicos, não foram encontrados em seus endereços. Agora são considerados foragidos. Um deles é o pastor goiano Osório José Lopes Júnior, apontado como líder do grupo criminoso.

A Polícia Civil afirma que o grupo é composto por 200 integrantes, incluindo dezenas de pastores. Iniciada há um ano, a investigação aponta que os investigados prometiam retornos “imediato e rentabilidade estratosférica”.

Os pastores são acusados de induzir fiéis, que frequentavam suas igrejas, a pensarem que eram “abençoados a receberem grandes quantias”. Os religiosos usavam uma teoria conspiratória conhecida como “Nesara Gesara”, dizendo que seria possível investir pouco e ganhar muito.

“Foi detectada, por exemplo, a promessa de que somente com um depósito de R$ 25 as pessoas poderiam receber de volta nas ‘operações’ o valor de um octilhão de reais, ou mesmo ‘investir’ R$ 2 mil para ganhar 350 bilhões de centilhões de euros”, diz a Polícia Civil em nota.

Ainda segundo as investigações, os suspeitos criavam pessoas jurídicas fantasmas e de fachada, simulando instituições financeiras digitais com alto capital social declarado, com intenção de dar aparência de veracidade e legalidade às operações financeiras.

Grupo usava até o nome de Paulo Guedes para enganar fiéis

O pastor Osório José Lopes Júnior, que é deficiente visual, afirmava em suas pregações e nas rede sociais que os títulos oferecidos já contariam com autorização do governo federal, por meio do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, para serem pagos.

Além das igrejas, os pastores e outros integrantes do grupo criminosos usavam redes sociais para convencer as vítimas a investirem suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias.

As vítimas assinavam contratos falsos, com promessas de liberação de quantias desses investimentos, que estariam registrados no Banco Central e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos usavam redes sociais para cometer os golpes. O objetivo era convencer as vítimas a investirem suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias.

Por: Chocolate News/O Tempo